sexta-feira, 27 de maio de 2011

O canário na Mina

Dr. Ellis Washington, professor de direito e ciências políticas na Universidade Estadual de Savannah, EUA


“Neste exato momento, temos de ir de resposta passiva para ataque ativo… A longo prazo, a derrubada do governo do Hamas é inevitável”. — Benjamin Netanyahu, líder do Partido Likud

No passado, fiquei sabendo, os trabalhadores de minas de carvão costumavam baixar uma gaiola com um canarinho nas minas a fim de apurar se havia presença de níveis de gás metano, dióxido de carbono ou outros gases nocivos. A lógica era que enquanto o canário prosseguisse cantando na mina, os mineiros sabiam que seu abastecimento de ar estava seguro. Mas quando o canto cessava, era hora de deixar a mina imediatamente, pois a morte viria sem demora.

Esse simples raciocínio dedutivo durou muitos anos e salvou muitas vidas, mas em nossa moderna época tecnológica, as nações do mundo parecem ter se esquecido do único país que falando metaforicamente é o canarinho que diariamente canta sua melodia sóbria para este mundo pervertido e psicopático — esse canário na mina é o povo judeu e a nação de Israel.

Três anos atrás, Israel deu Gaza aos palestinos. Em troca, Israel recebeu milhares de ataques de foguetes, sem nenhuma provocação. Na véspera do Ano Novo, no dia antes de 2009, o canário na mina está sendo asfixiado pelo ódio muçulmano, pela apatia mundial e pelo anti-semitismo da ONU que cerca o Estado judeu, e depois de anos de paciência está finalmente lutando corajosamente por sua sobrevivência.

Minhas perguntas aos meus amigos judeus são estas:

1. Por que vocês continuamente dão aos seus inimigos declarados, os muçulmanos palestinos, a terra de vocês — Gaza, a Margem Ocidental (a parte mais importante da Judéia), Hebron, Belém, metade de Jerusalém —, que é por direito de herança de vocês, dada a vocês pelo próprio Deus, fato que é detalhadamente registrado na Torá?

2. Por que vocês permitiram que a ONU anti-semita e corruptos líderes mundiais anti-semitas que odeiam a existência de vocês levem vocês à loucura política mediante insustentáveis medidas geopolíticas — a “Solução de Dois Estados”, “terra em troca de paz” e “diplomacia bilateral”?

3. O fato de que Israel tenha dado terra em troca de paz deu a vocês um só dia de paz? Uma só hora de paz? Um só segundo de paz? Não, é claro que não, pois o Hamas, o Fatah e as nações árabes e muçulmanas não querem paz; elas querem Israel completamente fora da terra de Israel. Israel, você não tem amigo nenhum, você não tem nenhum aliado neste mundo, a não ser o exército de Israel e a vontade de cumprir seu destino e o Deus da Torá.

Israel, você sabe que as 44 nações muçulmanas odeiam você por ordem religiosa, os países socialistas assistencialistas da Europa ocidental odeiam você por ordem política, as nações comunistas e tirânicas odeiam você por ordem ideológica e praticamente o mundo inteiro está contra você porque eles não crêem nas profecias bíblicas de que os judeus são na verdade “o povo escolhido de Deus”. Seu único aliado no mundo, os Estados Unidos, são na melhor das hipóteses um amigo instável que, logo que Barack Obama for empossado como presidente dos EUA, trairá você, vendendo você aos países muçulmanos exatamente como o Presidente Bush traiu e vendeu Israel para seus amigos da Arábia Saudita. (Recorda Bush passeando pelos jardins da Casa Branca ou em seu rancho no Texas de mãos dadas com o Princípe Abdullah, como duas menininhas de escola? Foi um espetáculo realmente de dar nojo.)

Deixando de lado a questão política por um momento, qual é o país racional e civilizado na terra que toleraria ataques terroristas por oito minutos, sem mencionar oitos anos de incessantes ataques a bombas lançados por seus vizinhos — sem nenhuma retaliação? O governo brasileiro permitiria que o Uruguai ou a Argentina tivesse o direito de lançar ataques não provocados contra o Brasil e seus cidadãos no nome da paz?* Os EUA permitiriam que o Hamas, a al-Qaida, o Talibã, o Hezbollah ou algum outro grupo terrorista tivesse acesso livre para entrar em nosso país, lançar foguetes mortais em nosso país, tudo no nome da paz, sem que cobrássemos uma retaliação e castigo imediato? O Egito, a Turquia, a Alemanha, a Rússia, a China, o Irã, a Síria ou algum dos muitos países membros da ONU que criticam o minúsculo país de Israel e suas tentativas desesperadas de proteger suas fronteiras permite que o Hamas lance 3.000 foguetes num de seus países? Com toda certeza, não!

Aliás, o canário está tossindo por causa do forte cheiro de fumaça na mina de carvão enquanto o mundo diz para si mesmo: “É seguro entrar na mina de carvão para trabalhar. Só porque Israel está morrendo não significa que nós morreremos”. Será?

Uma notícia da Associated Press sobre a guerra em Gaza declara:

O ataque produziu uma conseqüência diplomática negativa. A Síria decidiu suspender as conversações de paz indiretas com Israel, iniciadas no começo deste ano. O Conselho de Segurança da ONU pediu que ambos os lados parem a luta e pediu que Israel permita que suprimentos humanitários entrem em Gaza. O primeiro-ministro da Turquia, um dos únicos países muçulmanos a ter relações com Israel, chamou o ataque de Israel de um “crime contra a humanidade”, e o presidente francês Nicolas Sarkozy condenou “as provocações que levaram a essa situação bem como o uso desproporcionado de força”.

Essa reação bizarra e pervertida do mundo contra o direito de Israel se defender dos foguetes do Hamas parece vir não de nações prudentes e civilizadas, mas de manicômios.

“O liberalismo é uma doença mental”, escreveu o intelectual conservador Michael Savage em seu best-seller de título semelhante em 2005. “O socialismo”, caracterizou com muita perspicácia Winston Churchill, “é uma filosofia de fracasso, uma doutrina de ignorância e um evangelho de inveja, sua virtude herdada é a distribuição igual da miséria”. Infelizmente, o Israel moderno é um Estado socialista e parece a caminho do inferno ao adotar o liberalismo como sua política interna e externa. Israel precisa abandonar o liberalismo, o socialismo, a forçada igualdade de tudo e se desprender da filosofia autodestrutiva de buscar o favor dos países que têm aliança e compromisso com o islamismo, o socialismo e o relativismo moral.

Enquanto o canarinho canta sua melodia triste, considere essas observações:

O Irã está dando os últimos retoques em seus mísseis nucleares concebidos com o único propósito de aniquilar Israel;
Pela primeira vez altas autoridades militares da Rússia e China estão discutindo acordos bilaterais por meio de ligações telefônicas diretas;

A China possui o estrategicamente crucial Canal do Panamá que os Estados Unidos construíram durante o governo do presidente Theodore Roosevelt há 100 anos;

A Rússia ousadamente e sem desafio restabelece sua Cortina de Ferro na América do Sul, Cuba (que fica a 60 quilômetros da fronteira americana), a Geórgia, o Iraque, o Oriente Médio e em toda a África;

Um bando de piratas da Somália em barcos de alta velocidade está controlando o Golfo de Aden, extraindo centenas de milhões de dólares em pagamentos de resgates;

E a secretária de estado dos EUA, a Dra. Condessa Rice, está se encontrando na maior calma com o terrorista da Líbia, Muamar Gadhafi, e numa entrevista poucos dias atrás fez esta surpreendente confissão: “Não tenho uma personalidade agressiva”, sendo compelida a exercer diplomacia com personalidades agressivas corruptas, totalitárias e assassinas do mundo inteiro.

A promessa solene de Deus a Abraão, o pai do povo judeu, claramente delineava a ligação e destino inextricável de Israel com as nações do mundo — Gênesis 12:13: “E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.”

À medida que esta grande tragédia shakespeariana chega à sua inevitável apoteose, a menos que os líderes de boa vontade e homens reais de determinação moral cheguem a seus sentidos coletivos, então as nações civilizadas do mundo não ficarão muito atrás desse canarinho que luta para cantar sua triste canção de vida… das profundezas das minas.